“Gincana amorosa”: relato de uma leitora sobre os meios hábeis do amor
“Muitas vezes o amor, sozinho, sem nenhum meio hábil, é insuficiente. Há áreas do corpo do outro que não conseguimos acessar com um abraço, áreas da mente que se escondem das palavras, áreas que resistem a pedidos explícitos de abertura. Para amar completamente, você terá de fazer seu toque, seu olhar, seu calor chegar até elas. É preciso agir como um artista — explorando novas linguagens, arriscando limites, brincando de loucura.”
Depois do relato de uma leitora apaixonada, recebi um email de outra mulher. Ela se inspirou em algumas sugestões do post “Meio hábil 03 – O jogo do encontro” e foi muito além. Para entender a origem dessa série de idéias, leia o primeiro texto.
Fiquei com uma puta felicidade aqui. Vejam abaixo vocês mesmos por quê (para ouvir enquanto lê, Yann Tiersen).
“Sexta-feira resolvi realizar um dos meios hábeis sugeridos por você. Adaptei tudo a minha realidade e me inspirei no filme P.S. Eu te amo para criar uma “gincana amorosa” para o meu querido. Na sexta fizemos 2 meses do primeiro beijo e eu quis marcar a data com uma das brincadeiras típicas que eu meus pais faziam comigo na infância. Um espécie de caça ao tesouro.
Aproveitei que ele está de férias (tinha todo o tempo do mundo) e dei a ele uma carta com a clara instrução de ser aberta apenas no momento que acordasse na manhã seguinte. Esta carta tinha instruções desde “Elogie a comida preparada pela empregada”, passando por “Ponha a camiseta azul que eu adoro”, até “Pegue um guarda-chuva” e “Procure seu porteiro”.
O porteiro do prédio dele estava com um grande envelope que preparei com um CD de presente, um gravador com capítulos de instruções gravadas com minha voz (incluindo umas músicas cantadas à capela por mim, que ficaram bem desafinadas, devo confessar) e cartas numeradas.
Cada carta o levava a realizar diferentes tarefas em locais da cidade que eu adoro (zoológico, uma livraria, uma loja de decoração e uma igreja). Na fita, eu explicava o quanto cada lugar era importante para mim e brincava com a possibilidade de estar vigiando tudo de perto (não estava!).
A cada nova tarefa começada eu o presenteava com uma das músicas do Tiersen que uma amiga me mandou. A brincadeira durou uma tarde (ele, notivago, acorda às 12 hs em período de férias) e acabou quando eu mandei ele procurar uma amiga (esta parte foi devidamente copiada de você) e pegar com ela uma última carta onde estava escrito o lugar e a hora de nosso encontro.
O restaurante escolhido foi um bistrô daqui onde as pessoas sentam em acolchoados com muuuuitas almofadas e é possível reservar umas mesas que ficam protegidas com cortinados transparentes, bem bacana. Quando cheguei lá encontrei um homem cansado, de jeans e camisetas meio sujos (não dei tempo para ele passar em casa após as tarefas), mas com o maior sorriso do mundo! Como eu me embriaguei naquele sorriso!
Ele disse que foi muito louco me sentir ao lado dele o dia todo, sem que eu ali estivesse de fato. E que se emocionou muito conhecendo minha história de forma indireta. Disse que nunca recebeu um presente tão especial e (terá sido impressão minha?) ficou com olhos marejados ao contar o efeito nostálgico da visita ao zoológico.
Sabe, Gu, deu um pouco de trabalho mas eu gostei muito deste momento de doação. Minha amiga disse que ele estava eufórico quando pegou a última carta com ela. Ela perguntou para ele se tinha gostado de tudo e ele respondeu : “Essa mulher é minha, ela é louca e por isso vou me casar com ela!”.
Acho que quem ganhou o presente fui eu! ;-)”
hehehehe, esses relatos aqui são abnegadamente deliciosos d serem lidos – shoooooooow d bola, lindona!!!!
te parabenizar é pouco…
Parabéns por esse casamento.. se com 2 meses tá assim imagina com 2 anos.. ahaueheuaeh
deve ter sido super trilegal!
Que delícia!
Outro filme que tem um jogo parecido é “Tudo acontece em Elizabethtown.” Só que lá acontece com um casal que não ia se encontrar mais… Putz é demais imaginar uma situação dessas também.
Muito lindo o que vc fez, que a magia continue muito presente na vida de vcs!
Deve ter sido realmente delicioso para ele esta pequena gincana. Estou adorando ler estes pequenos relatos felizes.
da até preguiça de pensar , isso foi uma jogada de poker se o cara naum tivesse muito afim nem teria se dado ao trabalho, pra alguns 2 meses eh pouco tempo e pra outros e o auge , espero que não acabe , mas que eh loucura eh
Que máximo!
A gente fica imaginando se um homem se jogaria tanto na brincadeira quanto uma mulher… Muito legal ler esse relato e perceber que não só o namorado entrou no espírito da coisa como foi profundamente tocado pela iniciativa dela.
Santo meio hábil! 🙂
Eu estou ‘de cara’ mesmo é com a beleza do texto de abertura dessa postagem (a parte entre aspas). Gostei do resto da narrativa, claro. Mas essa parte inicial é carregada de lirismo.
Um abraço!
Caracas, isso aqui me inspirou!!!
Muito bom!
Bjs
Putz, simplesmente do caralho! Vivo um relacionamento à distância e essas coisas, assim, fazem toda a diferença!
Vou tentar fazer algo assim pra ela enquanto eu estiver no Brasil visitando-a. Se der tão certo quanto a história da nossa amiga, farei o possível pra organizar algo a distância e continuar perto, mesmo longe! 🙂
À mulher misteriosa, que não deixou sequer pseudônimo, meus parabéns! Espero que seja a primeira de muitas outras caças ao tesouro…
Que coisa estranha. Eu iria odiar se uma mulher fizesse isso para mim. Ficaria sem jeito de dizer que não fiz nada que a primeira carta mandou(porque não iria atrás das outras) e iria rever o relacionamento.
Mas cada um com seusproblemas
hehehe
interessante
Meu namorado fez essa gincana comigo, mas de um modo mais restrito.
Não sei de que modo, entregou várias cartas para muitas pessoas diferentes da minha escola (não estudamos no mesmo colégio) e cada uma tinha uma dica doq eu devia dizer para ganhar a proxima.
foi encantador. Eu realmente senti a presença dele no meu dia-a-dia, já q nos vemos só duas vezes por semana. Viva os meios hábeis do amor!!!
Ain eu peguei esse relato pra fazer um trabalho de português da 6° serie ! Achei muiito bonitinho, acho que naum ten problema de levar um relato de amor neah ! Ameii viu !
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Professor de TaKeTiNa
Colunista da revista Vida Simples
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