O título é Onslaught (algo como “bombardeio”). A idéia é genial e a música parece que foi feita para o vídeo (mas não foi). Vocês lembram do outro vídeo da Dove, não?

Sempre que passo andando pelas bancas de jornal da Av. Paulista e vejo aqueles cartazes em tamanho real de mulheres nuas, fico pensando (ok, vou pular o primeiro pensamento!) em como aquilo se encaixa no mundo de meninos e meninas de 8 anos. Os corpos ali não só estão expostos (não vejo problema nisso), mas expressam uma sensualidade artificial que ainda não existe na infância. Tenho dúvidas se ela deveria existir até mesmo entre os adultos. Minha idéia é simples: a artificialidade é um caminho fácil para parecer sensual e nos tira a chance de tentar algo mais pessoal, mais verdadeiro e, ao fim, muito mais sensual.

Não é à toa que as meninas já começam cada vez mais cedo a usar tamanhos altos, maquiagem, roupas excessivamente provocantes… Tudo isso para quê mesmo? Elas estão mesmo preparadas para a noite de sexo que a roupa sugere? Se o sexo surge antes, ele fica tão fake e artificial quanto um belo decote num corpo de 12 anos.

Outra coisa que me preocupa (meu terceiro pensamento diante de uma banca de revistas) é o mundo das mulheres. Ser homem é relativamente fácil: a pressão social resume-se em dinheiro e poder. Mas as mulheres tem de engolir corpos fenomenais espalhados pela cidade toda! Eu acho que eu não aguentaria. O olhar dos homens é treinado para prestar atenção em bundas e peitos. Condicionamento puro: ande pela cidade, veja 100 pernas maravilhosas e vá se relacionar com suas amigas mulheres. No que você vai focar?

Enfim, em homenagem às mulheres e celebrando uma infância livre de artificialidades estéticas, deixo o vídeo abaixo. Meus parabéns ao pessoal da Dove!