Espontaneidade primordial: diante de tudo, só nos resta gargalhar

por Gustavo Gitti 12 novembro 2008 47 comentários

“Já que todos os fenômenos
são apenas espectros,
perfeitos sendo apenas o que de fato são,
sem qualquer inclinação para bem ou mal,
aceitação ou rejeição,
podemos realmente gargalhar”
Longchenpa, mestre budista do séc. XIV

Mulheres e mestres de meditação concordam. Quando perguntadas sobre o que faz um bom primeiro encontro, a maioria responde: “Ele tem de ser espontâneo”. Quando indagados sobre a qualidade que surge após muito desenvolvimento espiritual, os mestres são unânimes: “Espontaneidade”.

Veja o vídeo abaixo. Será que ficaremos assim quando descobrirmos espacialidade, luminosidade e ludicidade em qualquer fenômeno?

Espontaneidade, quando em vida adulta, é sinal de algum grave problema – não ter filtro social, por exemplo, e sair andando nu pela rua – ou de muita sabedoria. Aliás, no Budismo, o tipo mais sofisticado de ação sábia e compassiva tem um nome: crazy wisdom (louca sabedoria). Em tibetano, a expressão é yeshe chölwa, sendo que yeshe significa sabedoria e chölwa seria algo como insano, “gone wild” em inglês ou, mais especificamente, sem ponto de referência.

A idéia de viver sem ponto de referência pode significar se mover sem referência alguma. Neste caso, recomenda-se medicamentos e terapia, claro. A mesma idéia também pode significar, por outro lado, viver com a capacidade de transitar entre incontáveis referências, sem fixação por nenhuma delas. A liberdade é a condição de possibilidade da autêntica espontaneidade. Chögyam Trungpa Rinpoche, mestre de Pema Chödrön (atualmente mais conhecida que ele aqui no Brasil), foi o grande propagador dessa abordagem.

Não precisamos de muito esforço para experimentar vislumbres disso. Depois de pouco tempo de meditação, nossa percepção sensorial fica bem mais aguçada. Estou falando de cores, cheiros e texturas, afinal não me interesso por nada extra-sensorial. Cada fenômeno surge de modo mais nítido, límpido. As coisas ficam vivas e coloridas, como se fosse a primeira vez. De fato, todas as coisas surgem dessa espontaneidade primordial a todo momento. Somos nós que embaçamos e descolorimos tudo com nossos monólogos internos e padrões de reação condicionada.

A arte zen é um dos mais claros exemplos de como a espontaneidade pode ser cultivada pelo abandono de nossas identidades e certezas. Todas trabalham com isso à sua maneira: arranjo floral, cerimônia do chá, teatro, pintura, técnicas marciais, caligrafia, poesia. Quem nunca se comoveu com as três simples frases de um haikai? Matsuo Bashô foi o grande mestre nessa arte. Seu haikai mais famoso é (em uma de suas infinitas traduções):

Olha o velho lago –
Após o salto da rã
O barulho da água.

É possível encontrar várias histórias que descrevem em detalhes como um tapa na cara ou um gotejar do telhado fazem surgir a iluminação derradeira em um meditante. Naquele simples momento, toda a estrutura do real é instantaneamente desvelada e o resultado disso é uma enorme gargalhada. É como se nosso casamento de 20 anos fosse precisamente igual a um carro que passa buzinando na rua enquanto meditamos. O som surge do nada, vive por um tempo e logo cessa. Quando realmente estamos abertos, isso é um milagre! Todos os fenômenos são iguais à cena descrita por Bashô: tchibum, zapt, ploft.

Um outro grande exemplo de homem espontâneo é Alberto Caeiro, o mais famoso heterônimo de Fernando Pessoa. Sua poesia é uma celebração da presença lúdica no mundo, aberta ao frescor dos eventos, à “eterna novidade do mundo”. Ser espontâneo é justamente isso: ser “nascido a cada momento”, como ensina Caeiro.

Deixamos cair conceitos e estratégias, deixamos de tentar controlar, ser alguém ou atingir algo. Abrimo-nos ao mundo, sem armas, sem defesas. Desse modo, como não há estratégias por trás, quando surgir uma ação, ela brotará da mesma base que dá luz a cada átomo do universo. As mulheres estão certas: uma noite de amor que não nascer disso, bem, não vale a pena nem começar.

Podemos olhar agora para toda a nossa vida. Acontecimentos, pessoas, histórias, momentos. Por toda parte, não há nada que seja diferente do papel cortado pelo bebê no vídeo. Só que, em vez de gargalhada, surge medo, dor, ansiedade. Ao mesmo tempo, o simples fato de sorrirmos junto com o bebê acima já prova que possuímos essa mesma espontaneidade primordial dentro de nós. Nascemos dela e, sem saber, somos por ela alimentados a cada segundo.

Uma das primeiras descobertas de quem começa a meditar é a de que os fenômenos não são tecidos de modo causal – um levando ao outro, um em cima do outro. Eles pulam diretamente de uma base ampla e livre, um a um, como se fossem (e são) autônomos. Se assim não fosse, a ação livre seria impossível: depois de uma traição, como não sentir raiva e impulso de vingança? Encontrar e surgir a todo instante desse espaço básico, sem agir a partir de coerências passadas, é o nosso desafio para vermos papéis cortados em todas as direções.

Dinheiro, emprego, problemas, crises e amores. É tudo nonsense, é tudo sonho, mistério e diversão. Já é hora, pois, de pegarmos a vida com as mãos e brincarmos sem esconder as gargalhadas.

* Dedicado ao meu irmão.

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47 comentários »

  • Fabiana

    O texto tá bacana, mas o video já fala tudo.
    Adorei 😉

    beijo

  • Polly Barros

    A criança que habita em nós está a todo momento querendo se mostrar, se fazer presente em nossa vida, mas às vezes a gente não a deixa se manifestar, a gente acha que fechar a cara, procurar problema, dizer “ó céus, ó vida”, é mais fácil que simplesmente rir de tudo isso… Belo texto!
    Que delícia a risada do garoto, tô leve de tanto rir junto com ele!

  • lucas frança

    Putz, sou novato ainda na web, mas queria dar meus parabéns pelo conteúdo de seus trabalhos… e também n podia esquecer de dizer que um de meus textos preferidos ainda é o primeiro que li de sua autoria: “Confissões”….eu o li atravéz de um dos grupos do yahoo, onde vc também o publicou…hihi
    Abração

  • Gustavo via Rec6

    Espontaneidade primordial: diante de tudo, só nos resta gargalhar…

    Veja esse vídeo do bebê gargalhando e viva com essa espontaneidade livre de artificialidades ou estratégias viciadas….

  • Gutos

    Gustavo, você não tem idéia de quanto eu me identifico com seus textos…o quanto eles me ensinam!

    Outra coisa, estou querendo aprender mais sobre espontaneidade. Me indica algum livro?

    Abraço

  • angie

    Adorei esse texto!
    Tem coisa melhor que aquele momento em que vc fica totalmente solto, sem se preocupar com nada, só sendo você mesmo? Na hora você nem percebe direito, mas penso q é nessas horas que você cativa mais os outros.
    Mudando de assunto: Gustavo, era vc dançando no Globo Repórter de sexta-feira passada?
    Se era, mandou bem! rs

  • Gustavo Gitti

    Era. Programinha emburrecedor aquele. Ainda bem que minha entrevista não entrou na edição final. Mesmo a rueda de casino ficou totalmente fora de contexto, ninguém explicou nada, enfim, um desserviço.

    Mas eu me diverti muito gravando pois foi mais de 1h de rueda! Coisa mais divertida não há.

    Para quem não viu:

    http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM908136-7823-INFIDELIDADE+E+GENETICA+OU+CULTURAL,00.html

  • thanatos

    é uma distinção bem pequena entre não ter referência e não ter apego por elas, uma mudança de opinião, abrir os olhos e vê-las.

    interessante pensar dessa forma, não ter que preservar coerência, manter a mesma opinião, e ficar tentando acreditar que tudo no mundo humano faz um sentido lógico.

  • angie

    “Era. Programinha emburrecedor aquele. Ainda bem que minha entrevista não entrou na edição final. Mesmo a rueda de casino ficou totalmente fora de contexto, ninguém explicou nada, enfim, um desserviço. ”

    É verdade, também fiquei esperando que explicassem melhor a coisa. Não assisti ao programa desde o começo, mas achei que a edição ficou a desejar. De qualquer forma, valeu por ter visto você na dança. Deu até vontade de dançar. rss

  • Fabi

    Eu sou adepta da gargalhada. (inclusive minha dermatologista me afirmou que meus pés de galinha são sinais de muita felicidade por excesso de sorrisos.)

    Eu literalmente caí da cadeira quando vi este vídeo pela primeira vez.

    A risada nos tira do eixo, faz a barriga doer, os olhos lacrimejam e não há nada racional que possa controlar isso!

    Na prática meditativa aqui no Templo (www.terrapuradf.org.br) sempre fazemos um breve aquecimento que inclui três gargalhadas em grupo. A primeira sempre sempre sai meio forçada, mas na terceira, estamos todos imersos no fluxo, na energia incontrolável da busca da felicidade!
    Beijo

  • Daniel

    ahahhahah

    Esses vídeos com bebês na net são ótimos.
    Usei um algum tempo atrás. É só clicar no meu nome aí.

    Outra coisa: Alexander Lowen é o que há mesmo.

  • Xana

    eu só tenho que agradecer. Amo esse Blog. Amo esses textos.

  • prof

    o texto é uma droga!! sair nu na rua não é exemplo de espontaneidade, pois ninguém sai sem saber que será notado por todos.

  • Julio Winck

    Belo texto, porém, só consegue ser “naturalmente espontâneo” quem tem o temperamento “sangüíneo”. Lembram de Hipócrates? A base do comportamento humano em 4 temperamentos: sangüíneo, colérico, fleumático e melancólico. Falo isso porque observo bem meus dois filhos, um é colérico, portanto um “extrovertido sério” e que leva tudo a sério e o outro é sangüíneo, ou seja, leva tudo na brincadeira, não consegue manter o foco numa coisa por mais de meia hora, aí pára tudo, solta uma piada e todos riem. Isso é natural, uma pessoa nasce e morre com o seu temperamento. E mais, eles são da mesma geração, foram criados e educados da mesma forma, o que só comprova a força dos temperamentos no comportamento humano.

  • Rosa Maria

    esta semana apresentei meu TCC e meu professor disse que ele admira minha espontaneidade, e foi uma das coisas que aprendeu comigo durante o curso. Hoje fiquei feliz ao ler este texto.
    Obrigada.
    Rosa

  • biro

    gostei muito da matéria e o vídeo é ótimo
    quero lembrar que rir demais pode ser indício de desespero
    e espontaneidade em demasia pode prejudicar a relações entre as pessoas

  • Eliane

    Engraçado eu dou risadas atoa, todo dia, toda hora, eu não aguento, na faculdade e todos me acham alto astral, querem sempre ficar perto de mim, porque eu sou alegre e isso é espontâneo.

  • Vlad

    Achei muito estranho o texto.
    Quem escreveu parece achar que o desequilíbrio é a fonte de equilíbrio. Se ser Sábio Louco for isso eu prefiro ser maluco beleza.

  • Daniela

    Adorei o vídeo!!!!!!!! =)

  • Maria Lúcia

    A borboleta pousou na flor…
    Para vê-la assim…
    Vale a pena ter nascido.

  • LÍVIA

    Às vezes rir demais provoca incomodo nos outros .
    Ninguém está preparado para ser feliz ; até gostam de ser infeliz .
    Aí , sua felicidade incomoda .
    Muita gente não gosta de mim porque tenho o riso solto .
    Meus problemas , guardo para o travesseiro .
    Sou otimista por natureza .
    Gosto da vida e de rir muito!

  • alcantra

    O muleque qnd crescer vai rasgar dinheiro! hauhauhuahahauauhhuauhahua!!!

  • Rosa

    Vlad, em resposta a teu questinamento,é desequilibrando que aprendemos a nos reequilibrar.

  • Bruno Borges

    Reportagens como essa são ótimas para começarmos a termos um melhor discernimento do que faz bem ou mal para a gente, e com isso começarmos a conhecer um pouco mais o nosso eu. E serve também para começar a perceber que essa sociedade hipócrita rotulam certas pessoas como “bobas”, pelo fato de simplesmente estas pessoas expressarem certas atitudes espontâneas, que são saudáveis e alimentam o espírito, e que são realizadas com referência e maturidade. Parabéns pela reportagem!

  • Bruno

    Depende cara.

    Ja ouviu uma música do Frejat que diz: Rir é bom mas rir de tudo é desespero”

    Agente tem que saber dozar e ter a hora certa para ser espontaneo.

    Se não vão te taxar de palhaço(idiota).

  • Bruno

    Tambem me da uma baita vontade de rir na hora de um enterro.

    ahauaha é mto engraçado vê as pessoas chorando

    AHAUAHAUAHAUA

  • FLAVIA

    A profundidade e sutileza do texto impressionam, assim como impressiona a espontaneidade!
    Queria poder gargalhar mais, ser mais espontânea… busco, busco, mas talvez esse seja o problema, o buscar… ele não é espontâneo.
    Adorei a oportunidade de lê-lo.

  • kinjo khemmer

    “Deus criou o Homem reto” – Eclesiastes capítulo 7, versículo 29

  • Ana

    Uhuuuuuuuuuuuuuu!!!! É isso aí. As pessoas vivem sofrendo por estarem presas às convenções, medos, culpas e crenças impostas por aqueles que nos querem ver Dominados, doutrinados e escravisados. Tá na hora, de acordar…….Amei o vídeo e o texto, quase chorei de tanto rir, aliás rio de tudo e por tudo, acho que é porisso que sou feliz.

  • Ana

    Nada como deixar a criança que existe em nós se manifestar, tem pessoas que esquecem disso por razões diversas da vida e vivem uma vida amagurado e infeliz…

  • Débora Rangel

    Gustavo, acho tão interessante a forma com que você descreve os resultados das suas meditações, a possibilidade de ver o mundo com outros olhos, de ter os sentidos aguçados, enfim, é dessa forma mesmo a meditação, como você retrata?!

    Eu não sei, tenho minhas dúvias, talvez porque nunca pratiquei, ou por ser tão surrealista. É, talvez eu é que sou cética demais. Acho que estou precisando aprender um pouco esta tua filosofia de vida, quem sabe a minha não está precisando de algumas mudanças.

  • ney

    A alegria serve de bom remédio mas o espírito abatido faz secar os ossos…
    Sempre fui espontâneo, alegre, divertido d+ e todos se admiram com isso!!! Mas isso td pra ‘fugir’ da realidade da minha vida…
    mas sinto q é a confiança em Deus e o ânimo q encontro só n’Ele!!!!

  • Egberto

    Estava até a pouco tentando descobrir um padrão para os meus sintomas que tive ao longo deste periodo dificil q tive e acabei encontrando newste textlo tudo q precisava.
    Gostaria de conhecer a pessoa que fez esta matéria, pois terei muita a contribuir com isso.
    Parabéns pela matéria, estou sem palavras para descrever um elogio a altura.

  • ramirez

    Tudo muito bonito !!! Até vc ver que se não pagar as contas do teu sustento vc perde a alimentação….legal viver de vento !!! legal ignorar o que está contecendo, relamente isso é coisa pra lunático, talvez no japão dê certo, e tomando a estatística vemos que lá os índices de suícidio são enormes….pensem nisso !

  • elis

    Que bom q alguém escreeu sobre algo tão fora de moda hoje em dia!
    Parabéns Gustavo! Você acaba de resgatar a essência perdida das pessoas, a espontaneidade…e tem razão, não há quem não veja o bebê rasgando o papel sem ser contagiado pelo momento de liberdade e leveza rsrs.
    Obrigada, acabo de comprovar que ainda há homens que sabem viajar pela alma humana e externalizar isso com verdadeira precisão.
    Você não é só um rosto bonito, tem uma alma linda!Continue assim.
    Elis

  • Antonio Roberto

    Decidaõ sua vidas da maneira que lhes convem assim como ja decidi aminha legal de+ o texto

  • Sandra

    Gustavo, querido!
    Você é sensível. Parabéns pelo tema!
    Se fôssemos verdadeiramente espontâneos em casa, no trabalho, no mercado, enfim, em qualquer lugar, o mundo seria bem mais gostoso, mais prazeroso, mais leve.
    Todas as vezes em que sou espontânea me dou bem. Sou espontânea quase sempre. Às vezes sou mal interpretada, mas nem dou bola e sigo com minha espontaneidade nata. Quando coloco minha cabeça no travesseiro, logo pego no sono… Não carrego rancor nem culpa!
    Deixo aqui a indicação de um filme que nos toca: “A Loja Mágica de Brinquedos (Mr. Magorium’s Wonder Emporium), com Dustin Hoffman, Natalie Portman e Zach Mills. A trilha sonora acaricia nossa alma com a música “Don’t Be Shy” – Cat Stevens.
    Grande abraço, Paz e Bem!
    Sandra

  • joao~grando

    Acho que as coisas se complementam. Esta eternidade do momento nos ajuda a concentrar, a valorizar a ação presente. Mas estamos inseridos em uma ponte contínua entre passado e futuro. A espontaneidade – neste sentido puro – é meio utópica, pois o que faz cada um ser o que é está cheio de coisas adquiridas – e como todo utopia uma coisa a ser buscada que não fornece a busca original, mas um resultado sempre útil.
    É um exercício, mas o ser humano sempre está com a razão ligada (ou, para não dizer sempre, a maior parte da vida).

  • @anarina

    ñ há o que corrigir.

  • Rafael MR

    ramirez disse:

    Tudo muito bonito !!! Até vc ver que se não pagar as contas do teu sustento vc perde a alimentação….legal viver de vento !!! legal ignorar o que está contecendo, relamente isso é coisa pra lunático, talvez no japão dê certo, e tomando a estatística vemos que lá os índices de suícidio são enormes….pensem nisso !

    Me diz uma coisa, pensando desse jeito: Você é feliz?

    Outra, estou convicto de que esse alto índice de suícidios – que você diz existir no Japão – não é atribuído às pessoas simples do interior do país e sim aos workaholics (estou generalizando) que vivem nas megalópoles.

    Gustavo, esse foi um texto muito bom, o vídeo me fez rir sozinho junto com o bebê, é realmente incrível isso.

    Cara, eu to interessado em começar a meditar mas eu não acho nenhum centro aqui em Belém, se alguém puder me ajudar eu agradeço.

  • Gustavo Gitti

    Rafael, em Belém, acabei de pesquisar no http://www.dharmanet.com.br, só tem centros de Budismo Terra Pura, que não é exatamente focado em meditação. Não conheço para recomendar.

    Sugiro que você fique de olho na agenda do Lama Padma Samten ( http://www.caminhodomeio.org/ ) e vá fazer um retiro em Pernambuco. Nada melhor do que receber instruções diretamente de um professor qualificado.

    Tem também a Monja Coen e a Lama Tsering, que você pode acompanhar e tentar viajar para um retiro.

    Abraço!

  • Paulo - Unic

    Comentarei aqui o que não comentei em outros textos. Ultimamente tenho vivido minha vida como se todos ao meu redor fossem estranhos. Tenho a liberdade de poder mudar, e de me tornar um novo EU a cada dia. Sinto o desconhecido ao meu redor, me trazendo o medo… mas o melhor do medo, é superá-lo.
    Mas ainda quero + do que desejo. O que antes me fazia tremer de nervosismo, se tornou mecânico e normal. Tive uma ideia para me sentir inseguro novamente… tentarei “ser rejeitado” para perder essa impressão de que posso tudo. Tentarei conquistar pessoas dificeis de se conquistar, e de varias maneiras diferentes. Nesta semana, estou tentando ter uma compania para cada dia (sem me julgar, sem me enojar. aprendi q regras pessoais só existem para quem não tem uma identidade formada. Me sinto livre para quebrar minhas regras, pois não vou deixar de ser quem eu sou só por pular a cerca uma vez…) e tentarei ser um eu diferente a cada dia.
    Sei que o passado não volta, mas quero ao menos sentir momentaneamente. Viver uma lembrança… viver…
    Quem sabe algum dia vc possa escrever sobre o passado(talvez não aquele que passamos a vida tentando resgatar, nem aquele que passamos a vida querendo esquecer… mas o passado professor…). E se gostar de poesias amadoras, meu site ai tem alguns de meus textos…
    Agradeço desde já. Aprendi muito com vc.
    Abraço.

  • liviaborges

    Eu sempre observei que as pessoas que mais me fazcinavam eram justamente aquelas que pareciam agir de acordo com o que sentiam na hora, falavam o que pensam, enfim eram espontâneas. Ultimamente tenho reparado que essas pessoas, em sua maioria, sumiram, não são mais como antes. Nesse mundo como está, globalizado (olha eu colocando a culpa na globalização), pré-fabricado, violento, alienado, onde somos condicionados a não reagir, essa espontaneidade tende a se esvair. Espero que haja uma retomada, um movimento, para que essas pessoas voltem a surgir, ser como antes e me fascinar.

  • Sandra Leite

    Was kann mann machen ???? Undrehen und laughen… O que o homem pode fazer ???? Rodopiar e rir … Esta é uma frase atribuida a mãe do criador do Psicodrama (Jacob Levy Moreno). O que fazer diante do que a vida nos coloca??? Rodopiar e rir ….Sair do eixo e abrir a percepção a novos horizontes. Lembro do Sociedade dos Poetas Mortos quando o professor sobe na carteira e convida os alunos a experimentar um novo plano de visão. Moreno, judeu hassidico, fala da espontaneidade como a capacidade inerentemente humana de dar respostas novas a situações antigas e velhas. Ser capaz do pasmo essencial de que nos fala Caeiro. Ser capaz de renovar os sentidos. Ser capaz de renovar o encontro com as pessoas. Ser capaz de estar presente em si mesmo e abrir-se a comunhão e a compaixão com o mundo.
    ‘É tudo uma questão de manter ,
    a mente quieta,
    a espinha ereta
    eo coração tranquilo”

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